sábado, 12 de abril de 2008

A Banca 33

No último dia 6 (abril de 2008), o "JB" no seu caderno "Cidade", traduz a polêmica a respeito da localização de uma banca de jornais (a banca 33) em frente a uma loja de grife em Ipanema. Dizia em seu texto que a banca estava ali localizada antes mesmo da construção do edifício, portanto há muito mais tempo do que a loja reclamante.

Bom... É necessário olhar para a questão sob alguns pontos de vista.

Em primeiro lugar: a banca realiza uma atividade comercial, logo, para sua existência, é necessário que haja sinergia entre o "vendedor" e seus "clientes" para a formação da atividade. Os serviços prestados pela banca são rentáveis o suficiente para que haja "interesse na permanência" em função de uma "demanda" por seus produtos. Logo, ela só está lá por que os moradores da região "compram" seu produtos.

Em segundo, mas não menos importante: está a adequação ao espaço urbano.

No nosso trabalho (diário), o conflito urbano causado pelas ocupações das calçadas pela atividade econômica é uma constante. No caso especifico é necessário lembrar que o "Projeto Rio Cidade" desenvolvido pela Prefeitura do Rio, teve como princípio ativo o remodelamento destas ocupações. A banca 33 não se adaptou, ela se transformou, acompanhando todo processo de qualificação determinado pelo Projeto Rio Cidade. Mais do que isto, a matéria deixa clara que a banca vem se adaptando as transformações e exigências da população local, através da prestação de serviços cada vez mais qualificados e diferenciados.

O caso é típico do nosso dia a dia. Não adianta proibir a atividade econômica. Ela existe em função da demanda dos moradores da própria região. É necessário que o conflito seja visto sob a ótica do desenvolvimento e da modernidade onde os conflitos são resolvidos através da negociação conjunta dos interesses.

Faz bem o Ruy, em dar o primeiro passo, sugerindo a Prefeitura que analise a possibilidade de manter o negócio com a diminuição da sua área. Desta forma abre a porta para que seja estabelecido o dialogo entre ele e os reclamantes, que aliás e, só para lembrar, chegaram após a banca já há alguns anos instalada.

O que a população de Ipanema quer? A banca com sua história desde 1946 ou a loja de roupas que já mudou de mãos diversas vezes?

Na minha opinião, existe espaço suficiente para a existência das duas atividades...

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