sexta-feira, 2 de maio de 2008

Armar ou não a GM?

Em artigo publicado hoje (02.05.08), no Jornal do Brasil, o ex-secretário de urbanismo do município do Rio, Alfredo Sirkis, levanta o debate sobre armar ou não a Guarda Municipal (GM). Sirkis teceu comentários a favor e contra a medida; depois, propôs que se discuta a questão como forma de ampliar a capacidade de reprimir do órgão.

Concordo! O tema tem que ser discutido com muita profundidade e calma.

Porém, infelizmente, mais uma vez, sou obrigado a lembrar que o foco da questão está errado. Reprimir é fácil! Manter é o mais difícil.

Motivo: insistem em não reconhecer a cultura do uso do logradouro público.

Há muito tempo que existem tentativas de reprimir as manifestações culturais. Tia Ciata, uma de nossas expoentes da música, era ambulante - e dizem por ai que ela escondia sob sua banca de quitutes a viola dos músicos reprimidos pela policia. Ou seja, naquela época era proibido tocar, mas não era proibido comercializar quitutes. Isto sem falar nos cafés da Av. Rio Branco, com suas mesas na calçada, bem ao estilo europeu.

Por que insistem em não reconhecer que existe um mercado informal quando o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - acompanha e analisa anualmente esta atividade? Por que não reconhecem que a sociedade como um todo é parte do problema?

A proximidade com as eleições produz este tipo de material.

Pirotecnia.

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